domingo, 31 de março de 2013

Internacional 2x0 Esportivo

Internacional: Muriel; Gabriel, Rodrigo Moledo (Romário), Juan e Fabrício; Airton (Otávio), Josimar, Dátolo e D'Alessandro; Caio (Rafael Moura) e Leandro Damião. Técnico: Dunga.

Esportivo: Fabiano; Erick, Ediglê, Victor e Raone; Fábio Oliveira, Mateus, Rafael Bittencourt (Gabriel) e Paulo Josué; Gilian (Lucas) e Léo (Juliano). Técnico: Luís Carlos Winck.

Gols: Caio (INT - 45'1º) e D'Alessandro (INT - 14'2º).

Foto: Alexandre Lops

DOIS JOGOS EM UMA PARTIDA

Podemos tranquilamente dividir Internacional x Esportivo em dois capítulos, sendo a expulsão - justa - de Ediglê o marco entre eles. No jogo com as duas equipes completas, o time de Bento Gonçalves finalizara seis vezes - sendo duas na trave de Muriel - contra quatro dos colorados e o placar era virgem. Após ficar sem seu zagueiro pelo lado direito, o técnico Luís Carlos Winck viu-se obrigado a retirar um jogador de frente e praticamente assinou uma derrota previsível. A partir de então o Inter chutou 15 vezes e o Esportivo apenas três. Só não virou goleada porque o goleiro Fabiano viveu uma noite inspirada.

MARCAÇÃO DO ESPORTIVO

Muito correta a marcação proposta pelo técnico Luís Carlos Winck. D'Alessandro era vigiado de perto ora por Fábio Oliveira e ora por Victor. As demais peças ofensivas do Inter sofriam com a marcação por zona do time serrano. Apenas o próprio D'Ale conseguia, vez que outra, uma movimentação inteligente capaz de desarmar o sistema defensivo de Winck. Com a bola, o Esportivo apostava no atacante Gilian posicionado às costas de Fabrício, obrigando Juan a sair para a cobertura e expondo Rodrigo Moledo, dentro da área, contra um ou dois adversários. Isso, obviamente, antes da expulsão de Ediglê e da saída de Léo.

O INTER DO SEGUNDO TEMPO

Com um jogador a mais, o Inter colocou em campo o que há de mais correto no futebol: valorização da posse de bola. Consciente de sua superioridade, o time colorado apenas aguardou os espaços surgirem para matar o jogo. E assim o fez com D'Alessandro, aos 14 minutos da etapa final, em bela finalização após cruzamento de Caio. O Inter trocou passes incansavelmente e obteve sucesso. É assim que se joga contra os times do interior: mais cedo ou mais tarde, querendo ou não, a oceânica diferença de qualidade aparece.

ARTICULAÇÃO ARGENTINA

D'Alessandro e Dátolo se entendem cada vez mais. O ex-jogador do Espanyol deixou de ser aquele meia aberto pelo flanco esquerdo, de jogadas previsíveis e distante da partida. Dátolo agora se movimenta com intensidade notável, chama a marcação, auxilia D'Alessandro na criação das melhores jogadas do Inter de Dunga. Discutamos a justiça ou não disso, mas Fred, assim que retornar, deve vestir o colete laranja e esperar sua vez no banco de reservas.

PRESSÃO NO VALE

No futebol o óbvio algumas vezes pode ser alógico. Cinco mil pessoas são, na essência, cinco mil pessoas, mas não no futebol. Ter cinco mil pessoas no Centenário, onde cabem seis ou sete vezes mais é uma coisa. Ter cinco mil pessoas e lotar o Estádio do Vale é outra. O clima fica distinto, de caldeirão. Campo pequeno, acanhado, intimidatório. É uma pena não ter a capacidade mínima para que se jogue em Novo Hamburgo o Campeonato Brasileiro. Também é uma pena o fato de Caxias do Sul não ter "comprado" a causa do Inter na cidade em 2013.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Fabiano Bernardes, comentários deste que vos escreve, reportagens de João Batista Filho e Henrique Pereira e plantão de Kalwyn Corrêa.

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