sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Grêmio 0(3)x(2)0 Corinthians

Grêmio: Dida; Pará, Rhodolfo, Bressan e Alex Telles; Souza, Ramiro e Riveros (Elano); Eduardo Vargas, Kléber e Barcos. Técnico: Renato Portaluppi.

Corinthians: Walter; Alessandro, Gil, Paulo André e Fábio Santos (Igor); Ralf, Guilherme (Émerson Sheik), Edenílson, Douglas (Danilo) e Romarinho; Alexandre Pato. Técnico: Tite.

Pênaltis:
GRE - Barcos (defesa de Walter)
COR - Danilo (defesa de Dida)
GRE - Alex Telles (na trave)
COR - Romarinho (gol)
GRE - Pará (gol)
COR - Edenílson (defesa de Dida)
GRE - Elano (gol)
COR - Alessandro (gol)
GRE - Kléber (gol)
COR - Alexandre Pato (defesa de Dida)

Foto: Wesley Santos

A IDEIA DE RENATO

Sem o zagueiro Werley, lesionado, era lógico que Renato Portaluppi optasse pelo 4-3-3. A linha de quatro defensores nunca teve mais do que um jogador avançando para o campo ofensivo - com Alex Telles vigiado por Edenílson e pelo esquema traiçoeiro de Tite, Pará, lateral prioritariamente marcador, foi quem mais se aventurou. O meio-campo novamente foi a base de sustentação do time, tendo em Souza o protetor dos zagueiros. Ramiro, pela direita, e Riveros, pela esquerda, eram os responsáveis pela transição de jogadas. Como o lateral direito subia mais, quem apareceu melhor foi Ramiro. Na frente, três jogadores que alternavam posições com o intuito de confundir a sólida defesa do Corinthians. Barcos e Kléber rodeavam a área enquanto Vargas jogava um pouco mais recuado, uma espécie de falso meia - bem parecido com seu posicionamento na Seleção Chilena.

A IDEIA DE TITE

Conversávamos segunda-feira com o repórter paulista Marco Bello, da Rádio Transamérica, que alertava: "quando Tite joga para ganhar, ele escala nas laterais Edenílson e Igor, mas quando pensa em não perder, opta por Alessandro e Fábio Santos". Vê-se, claramente, que o Corinthians veio para segurar o 0x0. Como de praxe o treinador montou um esquema consistente na parte defensiva e buscou atacar apenas quando algum espaço surgia - o que poucas vezes aconteceu. Destaque também para uma rápida transição de seu sistema tático. O Corinthians, em bons minutos da partida, atuou no 4-1-4-1, tendo Guilherme se juntado à linha de meias e Ralf permanecido como único volante. A ideia foi suficiente para matar a grande jogada que o Grêmio tem pelo lado esquerdo - Alex Telles pouco conseguiu contribuir em função disso.

DUELO DE PRANCHETAS

Os 180 minutos de Grêmio x Corinthians foram extremamente táticos. Uma disputa de xadrez entre os grupos e seus treinadores. Qualquer movimentação mais ousada e impensada podia custar caro, o que fatalmente ajuda a explicar a ausência de gols nos dois jogos. As partidas também encerraram qualquer espécie de tese que apoie a ideia de que "0x0 é um jogo chato". Foram duas grandes exibições das duas equipes, mesmo que sem gols.

ATAQUES INEFICIENTES

Além do medo de ser surpreendido, outro fator que explica o duplo 0x0 é a ineficiência dos ataques de Grêmio e Corinthians. Na Arena, Vargas perdeu duas chances claríssimas de marcar. Kléber teve uma oportunidade em cabeceio defendido pelo goleiro Walter. Barcos, o centroavante, mais uma vez foi figura nula na partida. Pelo lado dos paulistas, Émerson Sheik jogou bem em São Paulo mas foi expulso em Porto Alegre. Alexandre Pato, que considero jogador de videogame, mais uma vez nada produziu - o que, convenhamos, já é uma rotina.

A EMOÇÃO DOS PÊNALTIS

Dida foi o grande nome da noite. O experiente goleiro gremista, 40 anos, defendeu simplesmente três cobranças de pênalti e levou o time à próxima fase da competição. O adversário será o Atlético PR, que eliminou o Inter também após dois empates. Dida, responsável pela classificação, é frio, gelado. Sua expressão e sua fisionomia não mudam. É importante ter um goleiro que é extremamente respeitado e que cresce na decisão. E pegador de pênalti. Dida é isso.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Haroldo de Souza, comentários deste que vos escreve, reportagens de Alex Bagé e César Fabris e plantão de Kalwyn Corrêa.

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