sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Novo Hamburgo 1x2 Inter

Novo Hamburgo: Marcelo Pitol; Rafael Mineiro (Magno), Fred, Luis Henrique e Peixoto; Alberto, Preto, Mazinho (Bruno) e Ânderson Pico (Lucas Santos); Jonatas Belusso e Douglas. Técnico: Itamar Schülle.

Internacional: Alisson; Cláudio Winck, Jean, Thalles e Raphinha; Rodrigo Dourado, Gladestony, Reis, Alex Nemetz (Alex Santana) e Fernando Baiano (Murilo); Aylon (Ruan). Técnico: Clemer.

Gols: Jean (INT - 29'1º), Fred (INT, contra - 47'1º) e Jonatas Belusso (NHB - 5'2º).

Foto: Alexandre Lops

MOBILIDADE OFENSIVA

O Inter de Clemer joga de forma bastante interessante. O sistema ofensivo, bem treinado, funciona como uma engrenagem. Os três meias e o jogador de frente se movimentam de tal forma que podemos considerar o quarteto como uma peça única do time. Reis, Alex Nemetz, Fernando Baiano e Aylon foram, por intensidade, uma só fatia, sempre ativa e levando perigo ao adversário. O centroavante volta para buscar jogo e sua posição é ocupada pelo meia. Os extremos trocam de lugar e abrem espaço para a chegada do homem centralizado. O articulador abre no flanco e o camisa nove volta para pegar a defesa de frente. E por aí vai. São movimentos bem treinados e eficientes.

A OSCILAÇÃO NATURAL

É normal que garotos dessa idade - entre 17 e 21 anos, aproximadamente - demonstrem irregularidade nas suas atuações. Cláudio Winck vinha bem mas foi discreto. Jean e Thalles não agradavam mas em Novo Hamburgo conseguiram destaque. Alisson foi exigido e conseguiu duas grandes defesas. Rodrigo Dourado, sempre eficiente, não conseguiu tanto destaque na partida do Vale. É assim mesmo. Repito o que escrevi após o jogo da Recopa Gaúcha: não se pode fazer avaliações definitivas sobre um time tão jovem.

DE OUTRA TURMA

De todos os jogadores do Inter B, um me parece claramente acima da média: Aylon. Não está pronto para chegar aos profissionais e ser destaque, longe disso. Mas pode ser pensado para compor grupo. Aylon foi o único que conseguiu manter um bom padrão de apresentações nos três jogos do time B de Clemer - Pelotas, São Luiz e Novo Hamburgo. Já foi meia extremo, organizador e falso nove. No ano passado ele disputou a Série B do Campeonato Gaúcho pelo São Paulo de Rio Grande e foi um dos grandes nomes da competição - de nível técnico baixíssimo, é verdade. Muito jovem, Aylon vem demonstrando que é de outra turma.

TIME DE HOMENS X TIME DE GURIS

O nível técnico do Gauchão é tão fraco que um time de guris vence com naturalidade um time de homens. Não pode. Não poderia, se fosse uma competição séria e nivelada. A Dupla Grenal disputou até aqui 12 pontos contra equipes do interior e venceu nove. Meninos de 18 ou 19 anos estão passando por cima dos veteranos de 32 ou 33. A Dupla Grenal é um paquiderme patrolando formiguinhas.

O FATOR ÂNDERSON PICO

A grande exceção que vi até agora nesse Gauchão chama-se Ânderson Pico. Tem futebol para atuar em grandes times do futebol brasileiro. Sua cabeça, contudo, não ajuda. Acredito que ele sabe disso mas faz pouca coisa para mudar - o que deixa a situação ainda mais preocupante. O toque de bola de Ânderson Pico é diferenciado, vê-se no primeiro domínio. O passe em profundidade, o modo com que se movimenta no campo, a facilidade com que tenta um lançamento longo... são características de um jogador claramente acima da média. Mesmo com a derrota, foi escolhido o melhor em campo pela equipe da Rádio Grenal. Quem destruiu sua carreira foi ele mesmo. Infelizmente.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Thiago Suman, comentários deste que vos escreve, reportagens de Alex Bagé e Rafael Serra e plantão de Kalwyn Corrêa.

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