quinta-feira, 2 de maio de 2013

Santa Cruz PE 0x0 Internacional

Santa Cruz PE: Tiago Cardoso; Everton Sena, Renan Fonseca, Willian e Tiago Costa (Nininho); Ânderson Pedra, Sandro Manoel, Raul (Danilo Santos) e Renatinho; Flávio Caça-Rato (Caio Tavera) e Dênis Marques. Técnico: Marcelo Martelotte.

Internacional: Muriel; Gabriel, Rodrigo Moledo, Juan e Fabrício; Airton, Willians, Fred e Vitor Júnior (Otávio); Forlán (Caio) e Leandro Damião (Rafael Moura). Técnico: Dunga.

Foto: Aldo Carneiro

O INTER SEM D'ALE

Impressionante a falta que D'Alessandro faz ao time colorado. Sem ele, além de perder o referencial técnico de organização no meio-campo, a equipe muda seu estilo de jogo, altera o andamento de suas jogadas e parece órfã de um cadenciador de movimentos ofensivos. Vitor Júnior não foi uma boa escolha para substituí-lo. Forlán não conseguiu auxiliar a armação de jogadas como deveria e Leandro Damião, isolado, viu-se obrigado a sair da área. Não funcionou. O Inter sem D'Ale é um Inter preocupante.

BEM-VINDOS À INGLATERRA DOS ANOS 1980

Diretamente relacionada a ausência de D'Alessandro esteve a nítida preferência do Inter por alçar bolas na área do Santa Cruz. Ao invés de procurar a finalização, o time buscava espaço para cruzamentos. Até Damião tentou cruzar, o que evidentemente não deu certo - é ele quem precisa receber esse tipo de bola, não buscá-la. Quando a equipe notou que sem o camisa dez não conseguiria ingressar trocando passes na zaga adversária, a "solução" encontrada foi essa.

MÉRITOS A DUNGA

Uma das várias máximas do futebol: "técnico que mexe bem é porque escalou mal". Ok, compreensível, mas não a encaro como verdade indiscutível. Na partida do Arruda, entretanto, essa análise simplista pode ser aplicada. Otávio e Caio entraram na etapa final e modificaram o panorama do jogo. A partida, até então equilibrada, passou a ter amplo domínio do Internacional. Com movimentações fortes, jogadas verticais e qualidade individual, Otávio e Caio participaram diretamente de jogadas que obrigaram Tiago Cardoso a praticar pelo menos duas intervenções importantíssimas. Méritos a Dunga, que escalou mal mas mexeu muito bem.

AS DUAS FACES DO SANTA CRUZ

Visivelmente preocupado com o adversário tecnicamente superior, Marcelo Martelotte sacou Luciano Sorriso do time titular - o jogador começara a ampla maioria dos jogos na temporada - para promover o ingresso de Sandro Manoel, volante de marcação. O resultado foi positivo: o Santa conseguia marcar os avanços sem objetividade do Inter e ainda por cima criava boas oportunidades ofensivas. Quando Martelotte pensou que "o bicho não é tão feio quanto parece", os pernambucanos se adiantaram perigosamente e por pouco não perderam a partida nos minutos finais. Certamente a lição foi aprendida para o jogo de volta, em solo gaúcho.

OS OUTROS NOVENTA

A partida de volta, a ser disputada provavelmente em Caxias do Sul, será absolutamente diferente se comparada ao jogo do Arruda. O Inter jogará "em casa", ao lado de sua torcida, enfrentará um time acoado, sem grande resistência técnica, e terá D'Alessandro. O Santa Cruz não é uma equipe forte e não é favorita nem mesmo na Série C.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Fabiano Bernardes, comentários deste que vos escreve, reportagem de João Batista Filho e plantão de Kalwyn Corrêa.

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