quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Atlético PR 1x0 Grêmio

Atlético PR: Weverton; Léo, Manoel, Luiz Alberto e Juninho; Deivid, Éverton, Zezinho (João Paulo) e Paulo Baier (Fran Mérida); Dellatorre (Ciro) e Ederson. Técnico: Vágner Mancini.

Grêmio: Dida; Werley, Rhodolfo e Bressan; Pará, Souza, Ramiro, Riveros e Alex Telles; Yuri Mamute (Paulinho) e Lucas Coelho (Elano). Técnico: Renato Portaluppi.

Gol: Dellatorre (APR - 36'1º).

Foto: Albari Rosa

ATAQUE ANIMAL

Yuri Mamute e Lucas Coelho: esse foi o ataque de emergência escolhido por Renato para buscar uma atuação convincente fora de casa. Não deu certo. Lucas Coelho ainda tentou, com inteligência, algumas jogadas pessoais. Mamute não conseguiu. Sem um articulador, a dupla de ataque, inexperiente, não conseguiu sequer reter a bola no campo de frente. Pouco - ou nada - contribuíram para o time.

MOVIMENTAÇÕES OFENSIVAS

Dellatorre jogava mais fora da área, buscando vez que outra ingressar em diagonal. Ederson, mais centralizado, sempre foi uma espécia de "achador" de gols. Uma simples alteração de posições, num lance isolado, foi suficiente para definir o placar. Ederson saiu da área e Dellatorre, às costas de Werley, conseguiu confundir a zaga gremista e fazer o gol do jogo. Com três zagueiros, Dellatorre nenhum pode subir, se antecipar e cabecear para o gol.

UM GRÊMIO SEM ARTICULAÇÃO

Não há um armador no elenco do Grêmio. Mas o plantel conta com Elano e Zé Roberto, condutores de bola, que chegam bem de trás, e Maxi Rodríguez, um lançador de movimentos individuais interessantes. Renato abriu mão dos três. Escalou o time sem um elo entre os volantes e os homens de frente. Mesmo com o placar adverso, não fez a terceira alteração e fez com que Maxi Rodríguez e Zé Roberto assistissem aos 90 minutos do banco de reservas. Incompreensível. E quando ingressou Elano, saiu o único atacante que buscava alguma jogada interessante - Lucas Coelho.

FALTOU OUSADIA A RENATO

Renato podia alterar o esquema tático. Não o fez. Manter o 3-5-2 e o 3-6-1 mesmo com a derrota demonstrou uma falta de impetuosidade que até então o comandante gremista não havia demonstrado. Se impunha o ingresso de um meia na vaga de um dos três zagueiros, simplesmente alterando o time para um 4-4-2 mais consistente. Faltou para o Renato treinador aquilo que o Renato jogador tinha como principal característica: ousadia.

O JOGO DE VOLTA

Na Arena, quarta-feira que vem, o Grêmio não pode pensar em outro esquema: é 4-3-3. A vitória é necessária e o 2x1, por exemplo, não basta. Um gol dos paranaenses significa a obrigação dos gaúchos marcarem no mínimo três vezes. É um jogo de risco absoluto. Alguns jogadores já classificaram o apoio do torcedor como fator decisivo. Jogo para 50 mil pessoas. E é proibido sofrer gol.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Haroldo de Souza, comentários deste que vos escreve, reportagem de César Fabris e plantão de Kalwyn Corrêa.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Internacional 2x3 São Paulo

Internacional: Muriel; Gabriel (Rafael Moura), Jackson, Juan e Fabrício; João Afonso, Jorge Henrique, Alex (Caio), D'Alessandro e Otávio; Leandro Damião (Scocco). Técnico: Clemer.

São Paulo: Rogério Ceni; Paulo Miranda, Rafael Tolói, Édson Silva e Reinaldo; Wellington, Rodrigo Caio, Douglas, Paulo Henrique Ganso e Ademílson (Lucas Evangelista); Aloísio (Welliton). Técnico: Muricy Ramalho.

Gols: Aloísio (SPA - 9'1º), Leandro Damião (INT - 32'1º), Aloísio (SPA - 44'1º), Jorge Henrique (INT - 2'2º) e Aloísio (SPA - 8'2º).

Foto: Rubens Chiri

INTER NO 4-1-4-1

Clemer surpreendeu a todos quando confirmou João Afonso como único volante no time titular e o retorno de Alex à equipe. Para o desenho de meio-campo, a grande dúvida pairava sobre o posicionamento de Jorge Henrique. Sem a bola, sua recomposição deixava o time no 4-2-3-1 tradicional. Com a bola, entretanto, seus avanços evidenciavam o 4-1-4-1 pouquíssimo usado no futebol brasileiro. Clemer, claramente, inspira-se também nas tendências do futebol europeu para seu início de carreira como técnico. Contra um São Paulo de três zagueiros, os quatro meias colorados davam quase a certeza de que os mandantes iriam encurralar os paulistas.

QUANDO UM GRANDE TREINADOR APARECE

A ideia de Clemer foi rapidamente captada por Muricy Ramalho. E aí percebemos a experiência e a sabedoria de um excelente técnico. Muricy prontamente ordenou que um de seus zagueiros - Paulo Miranda - virasse lateral direito. Douglas passou a atuar como meia aberto, também pela direita. Reinaldo deixou de ser ala e passou a ser lateral pelo setor esquerdo. Ademílson recuou um pouco e passou a ter mais espaço. Pronto. O São Paulo em cinco minutos mudou do 3-5-2 para o 4-2-3-1. Agora os três meias são-paulinhos jogavam atrás da linha de quatro armadores montada por Clemer. Muito cedo Aloísio marcou o 1x0 e ficou claro que o Inter não podia correr tantos riscos. Méritos, muitos méritos a Muricy Ramalho.

ATAQUE X DEFESA

Quando mais o ataque colorado envolve e funciona, mais a defesa se complica e falha. Esse é o dilema do Inter na temporada 2013. Não foi um mau jogo do sistema ofensivo, muito pelo contrário. Alex foi o melhor jogador colorado da partida, D'Alessandro foi muito bem, Jorge Henrique fez gol, Otávio correu, Leandro Damião voltou a marcar, mesmo que tenha saído lesionado... aí temos um Inter que funciona. O time que deixa muito a desejar fica do meio para trás. João Afonso teve inúmeros problemas na saída de bola e no posicionamento, a zaga não consegue ser confiável, os laterais falham na marcação e assim o time não chega a lugar nenhum.

ARBITRAGEM

Péricles Bassols Cortês, árbitro carioca, teve uma péssima tarde em Caxias do Sul. Ele e seus auxiliares prejudicaram o espetáculo e principalmente o time colorado. O primeiro gol dos são-paulinos teve Aloísio em clara posição de impedimento. Na etapa final, já com o placar de 2x3, o juiz simplesmente sonegou um dos pênaltis mais claros do Campeonato Brasileiro 2013. A jogada aconteceu pelo menos um metro dentro da grande área, mas sabe-se lá por que ele acabou marcando fora, também um metro longe da linha. Uma decisão lamentável que, obviamente, fez o Centenário pulsar: "ladrão, ladrão, ladrão".

PROJETO 2014

O Inter tem ainda sete jogos no Brasileirão mas não tem o que fazer. Não cai e também não classifica para a Libertadores. O único possível interesse do Colorado na competição pode ser prejudicar o rival Grêmio através dos confrontos diretos que tem: Atlético PR e Botafogo, na sequência. Fora isso, não há mais como comemorar ou entristecer. É colocar a gurizada para jogar, ver o que pode e o que não deve ser aproveitado e iniciar um planejamento para o ano que vem.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Haroldo de Souza, comentários deste que vos escreve, reportagens de César Fabris e Henrique Pereira e plantão de Kalwyn Corrêa.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Grêmio 0(3)x(2)0 Corinthians

Grêmio: Dida; Pará, Rhodolfo, Bressan e Alex Telles; Souza, Ramiro e Riveros (Elano); Eduardo Vargas, Kléber e Barcos. Técnico: Renato Portaluppi.

Corinthians: Walter; Alessandro, Gil, Paulo André e Fábio Santos (Igor); Ralf, Guilherme (Émerson Sheik), Edenílson, Douglas (Danilo) e Romarinho; Alexandre Pato. Técnico: Tite.

Pênaltis:
GRE - Barcos (defesa de Walter)
COR - Danilo (defesa de Dida)
GRE - Alex Telles (na trave)
COR - Romarinho (gol)
GRE - Pará (gol)
COR - Edenílson (defesa de Dida)
GRE - Elano (gol)
COR - Alessandro (gol)
GRE - Kléber (gol)
COR - Alexandre Pato (defesa de Dida)

Foto: Wesley Santos

A IDEIA DE RENATO

Sem o zagueiro Werley, lesionado, era lógico que Renato Portaluppi optasse pelo 4-3-3. A linha de quatro defensores nunca teve mais do que um jogador avançando para o campo ofensivo - com Alex Telles vigiado por Edenílson e pelo esquema traiçoeiro de Tite, Pará, lateral prioritariamente marcador, foi quem mais se aventurou. O meio-campo novamente foi a base de sustentação do time, tendo em Souza o protetor dos zagueiros. Ramiro, pela direita, e Riveros, pela esquerda, eram os responsáveis pela transição de jogadas. Como o lateral direito subia mais, quem apareceu melhor foi Ramiro. Na frente, três jogadores que alternavam posições com o intuito de confundir a sólida defesa do Corinthians. Barcos e Kléber rodeavam a área enquanto Vargas jogava um pouco mais recuado, uma espécie de falso meia - bem parecido com seu posicionamento na Seleção Chilena.

A IDEIA DE TITE

Conversávamos segunda-feira com o repórter paulista Marco Bello, da Rádio Transamérica, que alertava: "quando Tite joga para ganhar, ele escala nas laterais Edenílson e Igor, mas quando pensa em não perder, opta por Alessandro e Fábio Santos". Vê-se, claramente, que o Corinthians veio para segurar o 0x0. Como de praxe o treinador montou um esquema consistente na parte defensiva e buscou atacar apenas quando algum espaço surgia - o que poucas vezes aconteceu. Destaque também para uma rápida transição de seu sistema tático. O Corinthians, em bons minutos da partida, atuou no 4-1-4-1, tendo Guilherme se juntado à linha de meias e Ralf permanecido como único volante. A ideia foi suficiente para matar a grande jogada que o Grêmio tem pelo lado esquerdo - Alex Telles pouco conseguiu contribuir em função disso.

DUELO DE PRANCHETAS

Os 180 minutos de Grêmio x Corinthians foram extremamente táticos. Uma disputa de xadrez entre os grupos e seus treinadores. Qualquer movimentação mais ousada e impensada podia custar caro, o que fatalmente ajuda a explicar a ausência de gols nos dois jogos. As partidas também encerraram qualquer espécie de tese que apoie a ideia de que "0x0 é um jogo chato". Foram duas grandes exibições das duas equipes, mesmo que sem gols.

ATAQUES INEFICIENTES

Além do medo de ser surpreendido, outro fator que explica o duplo 0x0 é a ineficiência dos ataques de Grêmio e Corinthians. Na Arena, Vargas perdeu duas chances claríssimas de marcar. Kléber teve uma oportunidade em cabeceio defendido pelo goleiro Walter. Barcos, o centroavante, mais uma vez foi figura nula na partida. Pelo lado dos paulistas, Émerson Sheik jogou bem em São Paulo mas foi expulso em Porto Alegre. Alexandre Pato, que considero jogador de videogame, mais uma vez nada produziu - o que, convenhamos, já é uma rotina.

A EMOÇÃO DOS PÊNALTIS

Dida foi o grande nome da noite. O experiente goleiro gremista, 40 anos, defendeu simplesmente três cobranças de pênalti e levou o time à próxima fase da competição. O adversário será o Atlético PR, que eliminou o Inter também após dois empates. Dida, responsável pela classificação, é frio, gelado. Sua expressão e sua fisionomia não mudam. É importante ter um goleiro que é extremamente respeitado e que cresce na decisão. E pegador de pênalti. Dida é isso.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Haroldo de Souza, comentários deste que vos escreve, reportagens de Alex Bagé e César Fabris e plantão de Kalwyn Corrêa.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Internacional 4x1 Náutico

Internacional: Muriel; Gabriel, Jackson, Juan e Kléber; Airton (João Afonso), Willians, Scocco (Fabrício), D'Alessandro e Otávio (Caio); Leandro Damião. Técnico: Clemer.

Náutico: Ricardo Berna; Maranhão, João Filipe, William Alves e Bruno Collaço; Elicarlos, Derley, Martinez e Tiago Real (Diego Morales); Maikon Leite (Marcos Vinícius) e Olivera (Hugo).

Gols: D'Alessandro (INT - 16'1º), Tiago Real (NAU - 26'1º), Otávio (INT - 45'1º), Willians (INT - 24'2º) e Kléber (INT - 36'2º).

Foto: Nabor Goulart

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Haroldo de Souza, comentários deste que vos escreve, reportagens de César Fabris e João Batista Filho e plantão de Kalwyn Corrêa.

sábado, 12 de outubro de 2013

Flamengo 2x1 Internacional

Flamengo: Felipe; Léo Moura, Chicão, Frauches (Fernando) e João Paulo; Amaral, Elias, Luiz Antônio e André Santos (Gabriel); Paulinho e Hernane (Val). Técnico: Jayme de Almeida.

Internacional: Muriel; Gabriel, Jackson, Juan e Fabrício; Ygor, Willians, Caio (Rafael Moura), D'Alessandro e Otávio (Alex Santana); Leandro Damião. Técnico: Clemer.

Gols: Léo Moura (FLA - 28'1º), Hernane (FLA - 26'2º) e Rafael Moura (INT - 36'2º).

Foto: Alexandre Lops

CAUTELA

O início de jogo foi curioso. Com as duas equipes postadas no campo defensivo, claramente com o objetivo de "sair só na boa", ficou a nítida impressão de que tanto Jayme de Almeida quanto Clemer esperavam que o adversário propusesse o jogo nos primeiros minutos. Os dois times se olhavam, se estudavam com cautela. A primeira finalização saiu apenas aos 13 minutos, após falha de Léo Moura e chute de Otávio para bela defesa de Felipe, goleiro flamenguista - aliás, o melhor jogador da noite.

PROBLEMAS NA LINHA DE MEIAS

Um dos grandes fatos positivos do 4-2-3-1 é que a linha de três meias pode, num avanço rápido dos laterais, virar uma blitz de cinco jogadores no campo do adversário. Aí moram dois problemas básicos. O primeiro deles claramente explicado nas raras jogadas de linha de fundo do Inter: Gabriel e Fabrício tiveram contribuição nula para o time. O segundo problema foi a distância entre os próprios meias. Caio, D'Alessandro e Otávio não tiveram jogadas de combinação, não se aproximaram e pouco se viram na partida. Quem sofreu, por tabela, foi o centroavante Leandro Damião.

FALHAS DEFENSIVAS

O primeiro gol do Flamengo nasceu de uma falta não marcada sobre D'Alessandro. Na sequência do lance, o Flamengo articulou às costas do inerte Fabrício e cruzou para Léo Moura, de movimentação inteligente, aparecer sozinho à frente da área. Com dois volantes, é absolutamente inadmissível que um jogador tenha tamanha liberdade numa zona crucial do campo. Ygor e Willians estavam mal posicionados. O segundo gol, novamente às costas de Fabrício, demonstrou o quão fácil é fazer gol no Inter dentro da área. Juan teve de cobrir o lateral esquerdo, Jackson ficou no meio do caminho e Gabriel, na sobra, nada fez. Resultado: Hernane se colocou entre dois defensores e, completamente sozinho, fez o segundo. O Colorado segue falhando com assustadora frequência.

CUIDADO COM AS SOLUÇÕES MÁGICAS

Rafael Moura entrou aos 34 e logo aos 36 descontou para o Inter. A partir de seu ingresso, o Inter passou a alçar bolas para a área visando He-Man e Leandro Damião. Isso não é a solução para o time, que fique claro. Foi, até certo ponto, contra o Flamengo, mas não pode se tornar rotina. Jogar com dois centroavantes sem movimentação não é o ideal para nenhuma equipe. Clemer, espero, sabe disso.

RISCO

Ninguém no Inter fala em rebaixamento - e honestamente também não acredito. Mas o sinal amarelo deve piscar, sim, nos lados da Beira-Rio. Apenas cinco pontos separam a equipe da zona de descenso. Em terra onde a Série B é motivo de corneta entre os dois grandes rivais, ser rebaixado pela primeira vez seria uma tragédia para manchar a história centenária do clube. Repito, não acredito. Não se pode, no entanto, ignorar a tabela de pontuação.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Ciro Götz, comentários deste que vos escreve, reportagem de Henrique Pereira e plantão de Rodrigo Morel.

sábado, 5 de outubro de 2013

Vasco da Gama 3x1 Internacional

Vasco da Gama: Diogo Silva; Fágner, Jomar, Cris e Yotún; Fillipe Soutto, Pedro Ken, Juninho Pernambucano (Sandro Silva) e Dakson (André); Marlone e Edmílson (Willie). Técnico: Dorival Júnior.

Internacional: Muriel; Gabriel, Índio, Juan e Kléber; Ygor (Leandro Damião), Willians, Otávio (Forlán), D'Alessandro e Jorge Henrique; Caio (Airton). Técnico: Dunga.

Gols: Edmílson (VAS - 9'1º), Jorge Henrique (INT - 18'1º), André (VAS - 42'1º) e Willie (VAS - 29'2º).

Foto: Marcelo Sadio

MOMENTOS

Vasco e Inter chegaram para a partida em momentos terríveis dentro do Campeonato Brasileiro. O Inter pelo menos ainda permanece distante da zona de rebaixamento, ao contrário do time carioca, que via-se obrigado a vencer pare deixar tal condição. São dois clubes grandes que colecionam decepções no Brasileirão. E o pior: não demonstram dentro de campo que tem condições de reverter. A briga do Vasco é e continuará sendo contra o descenso. A luta do Inter, em contrapartida, é apenas na Copa do Brasil.

O MELHOR TIME DA TEORIA

Na teoria o Inter tem um goleiro seguro, uma zaga experiente, dois laterais de imensa qualidade técnica, volantes capacitados para proteger qualquer sistema defensivo, meias criativos e habilidosos e atacantes goleadores que se completam. Mas tudo isso só na teoria. Na prática o Inter mais uma vez não existiu e sucumbiu perante um adversário inferior. Na prática o Inter teve um goleiro sem estrela, dois zagueiros pesados e aparentemente desentrosados, laterais que não contribuíram em nada para o time, volantes mal posicionados, meias distantes e um ataque absolutamente inexistente.

UM TIME QUE É O REFLEXO DE SUA DIRETORIA

A direção colorada bate cabeça fora dos gramados. O principal cartola do clube autorizava o presidente da Federação Gaúcha de Futebol a vender o Grenal para outra cidade enquanto os homens do futebol batiam o pé garantindo o clássico em Caxias do Sul. A direção vendia o zagueiro Rodrigo Moledo e o polivalente Fred e os "substituía" pelo meia Alex e pelos atacantes Jorge Henrique e Scocco, jogadores de posições bem diferentes. A demora e a confusão da alta cúpula do Inter reflete dentro de campo: um time perdido, incapaz de encontrar soluções rápidas e facilmente envolvido por quaisquer adversários.

O FIM DA ERA DUNGA

A última substituição feita por Dunga enquanto técnico do Internacional foi provavelmente a mais lamentável de todas em sua trajetória de dez meses. Mesmo perdendo por 2x1, ele promovia o ingresso do volante Airton no lugar do veloz Caio. Um minuto depois o Vasco fechava o placar marcando o terceiro. Dunga estava perdido. Aliás, Dunga esteve perdido durante boa parte do Campeonato Brasileiro. O legado tático do treinador inexiste.

POSSIBILIDADES

Abel Braga é o nome mais cogitado para substituir o agora desempregado Dunga. Não vejo em Abelão um nome capaz de reverter essa maré de insucessos. O principal problema colorado é tático, de estratégia e de posicionamento dentro de campo. O profissional mais indicado para arrumar o time dentro de campo é Mano Menezes. Mano é um cara que chega, remenda com as peças que tem e inicia 2014 com um projeto moderno e confiável. Seria uma grande escolha. Clemer, o interino, considero o nome certo para a hora errada. Será um dos grandes técnicos do Brasil, possivelmente, mas daqui uns dois ou três anos. Não pode queimar etapas.

A Rádio Grenal transmitiu a partida com narração de Ciro Götz, comentários deste que vos escreve, reportagem de Henrique Pereira e plantão de Rodrigo Morel.